A fosseta congénita do disco ótico é uma depressão da cabeça do nervo ótico, de abertura oval ou circular, podendo ser irregular em profundidade.
Cerca de 40% dos olhos com fosseta ótica tem associado um descolamento seroso da retina que geralmente envolve a área macular. O descolamento crónico da retina pode resultar num buraco macular lamelar, degenerescência quística da retina, ou em atrofia do epitélio pigmentado da retina.
A tomografia de coerência ótica normalmente revela uma estrutura bilaminar, com alterações da retina do tipo schisis, sobrejacente ao descolamento da retina sensorial, que se localiza geralmente no polo posterior contíguo ao disco ótico.
A origem do líquido subretiniano é desconhecida, mas especula-se que poderá surgir do líquido cefalorraquidiano, do vítreo liquefeito, da coroideia ou da órbita, facilitada pelas trações vítreas.
Nos nossos estudos, a vitrectomia parece essencial para remover estas trações vítreas e concluímos que a reparação anatómica pode ser conseguida se a comunicação entre a fosseta e as camadas da retina for selada.
Na angiografia fluoresceínica a fosseta ótica apresenta hipofluorescência nas fases iniciais devido à ausência de vasos sanguíneos.
Referências
Brown GC, Tasman WS: Congenital Anomalies of the Optic Disc. New York, Grune and Stratton, 1983, pp 95-191.
Travassos A, Travassos AT: Optic pit: Revisão de Casos Cirúrgicos e Abordagem Terapêutica Inovadora. Revista da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia – 2012, Vol35: pp 273-282.