Nos bebés, é a primeira forma de comunicação. Nos adultos, há quem chore por tudo e por nada e há quem não chore, mas lágrimas todos têm.
Já lhe aconteceu chorar quando descascava uma cebola? Pois bem, eram lágrimas reflexivas, as mesmas que surgem como reação a algo que come muito picante. Diferentes da lágrima basal, aquela que lubrifica os nossos olhos, mas também das lágrimas que soltamos quando choramos. As lágrimas não são todas iguais, cada uma tem caraterísticas próprias.
Em olhos saudáveis, a lágrima basal existe para manter a córnea permanentemente molhada. Além de água, este tipo de lágrima contém outras substâncias úteis, como a lisozima, que ajuda a combater infeções bacterianas, servindo como uma primeira proteção à saúde dos nossos olhos.
Já as lágrimas reflexivas surgem por estimulação das glândulas lacrimais, que reagem assim sempre que entra uma partícula estranha no olho, ou quando descascamos uma cebola, mas que também podem ser uma resposta à exposição de uma luz muito brilhante e/ou forte, quando bocejamos, ou quando comemos algo muito picante.
A estas, ainda deveremos acrescentar as lágrimas de choro, ou lágrimas emocionais. Não existem para lubrificar os olhos ou para os defender, são lágrimas de alegria, raiva, dor, sofrimento… e a sua composição química faz com que estejam impregnadas por um analgésico natural.
No lado oposto do que será uma situação saudável e ideal, também pode surgir o chamado olho seco, em que a falta de lubrificação da córnea acaba por provocar queixas de irritação. Neste caso, o olho seco pode acontecer quer pela diminuição da produção lacrimal, quer pelo excesso de evaporação das lágrimas. Situação que pode ser um efeito de outras doenças, ou pode, simplesmente, resultar de fatores ambientais, como o trabalho prolongado com o computador, que acaba por reduzir o número de vezes que piscamos os olhos, ambientes com altas temperaturas e baixa humidade (ar condicionado) ou o uso de lentes de contato.
A situação de olho seco deverá ser avaliada em consulta, mas as lágrimas artificiais serão sempre uma boa solução para repor todas as outras lágrimas que ajudam a estabilizar os nossos olhos.
Para os bebés, chorar acaba por ser a primeira forma de comunicação, expressando com diferentes modos e sons as suas necessidades e vontades. Com o passar dos anos, desenvolvemos outras formas de comunicação e damos outro destino às lágrimas. Nalguns casos, até aprendemos a chamar as lágrimas de crocodilo.